Introdução: O método tradicional de ensino mais empregado na anatomia é o estudo em cadáveres previamente dissecados e conservados em formalina a 10%, sendo cada vez mais difícil a captação de corpos para fins de estudos. No entanto, diversas metodologias ativas na área da Anatomia estão surgindo e novas ferramentas estão sendo incorporadas ao ensino com peças formolizadas, como o uso complementar de modelos sintéticos. Objetivo: Comparar a eficácia do uso complementar de um modelo sintético do coração antes e depois da sua implementação na monitoria do sistema circulatório. Método: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. A experiência foi vivida por um monitor da disciplina de Anatomia Humana para o curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o qual, visando melhorar o ensino do sistema circulatório, utilizou um modelo sintético do coração após vivenciar, como discente, uma monitoria sem o uso de tal modelo e perceber a dificuldade de identificação das estruturas anatômicas nas peças cadavéricas. Descrição da experiência: Na monitoria sem modelo sintético, foram utilizados corações formolizados disponíveis no Departamento de Morfologia da UFPB, sendo que a maioria não apresentava todas as estruturas anatômicas em bom estado, uma vez que são demasiadamente manuseados nas aulas práticas. Já na monitoria com modelo sintético, houve uma exposição teórico-prática utilizando um modelo ampliado do coração com as principais estruturas internas e externas, incluindo os vasos da base. Em seguida, o estudo foi procedido em corações formolizados, sendo escolhidos os corações com melhor qualidade. Foi feito também um quiz no Kahoot, obtendo uma acurácia geral de 65%. Nesse sentido, observou-se as seguintes diferenças entre as duas experiências: transmissão do saber mais efetiva; melhor visualização e imaginação das estruturas; maior interesse e compreensão da anatomia cardíaca pelos discentes; e menos dúvidas. Conclusão: Infere-se, portanto, que o auxílio do coração sintético tornou a monitoria mais eficaz, visto que facilitou a compreensão dos alunos, além de resultar num aprendizado mais interessante no ensino tradicional da anatomia. Dessa forma, o uso de modelos sintéticos pode contribuir para a qualidade de ensino e, por conseguinte, dos futuros profissionais de saúde, mas não substitui a observação e o estudo direto das estruturas cadavéricas.
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